No Brasil quanto mais se ganha menos se paga.
Não é novidade para ninguém que a arrecadação de impostos no Brasil é uma das mais elevadas do mundo. Isso não seria problema se todo esse dinheiro fosse efetivamente investido em pró da sociedade.
No entanto, isso não acontece – dos 30 países com a maior arrecadação de impostos, o Brasil é que o menos oferece retorno.
O país possui um dos piores sistemas educacionais do mundo e diversos outros problemas que o colocam longe dos melhores países para se viver.
Contudo, devemos analisar primeiramente as despesas do Estado.
Em 2012, foram arrecadados cerca de R$ 1 trilhão em impostos.
De toda essa verba, oficialmente R$ 335 bilhões foram destinados para o pagamento de aposentadorias do setor privado e benefícios sociais;
R$ 209 bilhões foram gastos em cargos administrativos;
R$ 198 bilhões foram transferidos para os estados e cidades;
R$ 134 bilhões foram gastos no pagamento de dívidas;
R$ 123 bilhões foram gastos em salários de servidores.
R$ 81 bilhões foram gastos em aposentadoria e pensão de servidores federais.
Os valores diminuem ainda mais quando falamos em transporte (R$ 11 bilhões), educação (R$ 10 bilhões) e saúde (somente R$ 4 bilhões).
Vale salientar que no Brasil, impostos como IPVA ou IPTU não são destinados somente ao recapeamento de ruas, por exemplo.
Cada imposto faz parte do caixa geral, e é o Poder Executivo quem decide onde a verba será aplicada. Isso vale tanto para o governo federal, quando para o estadual e municipal.
Mas por que aqui as coisas são tão caras?
Enquanto, por exemplo, um smartphone de última geração nos EUA custe US$ 200,00 (R$ 400,00), no Brasil o aparelho é vendido pelo menos 4 ou 5 vezes mais caro, dependendo do produto.
Isso acontece porque a norma mundial define que para cada produto se cobre somente um imposto, mas por aqui são cobrados cinco.
De acordo com Dr. Paulo Coimbra, professor de Direito Tributário da UFMG, a maioria dos países cobram imposto sobre um produto na modalidade IVA (imposto sobre valor agregado).
No Brasil, esse padrão foi dividido em 3 (IPI, ICMS e ISS).
Além disso, a União determina mais duas contribuições para um produto, são o PIS e o Cofins, o que acaba muitas vezes multiplicando o valor final de um produto.
Quase metade do valor de um carro, por exemplo, é somente de impostos.
Embora somente em produtos caros isso se torne evidente, o mesmo acontece em bens materiais mais baratos.
São os denominados impostos indiretos (ou invisíveis), que tornam absolutamente tudo no país mais caro.
Como se não bastasse, quanto menos a pessoa recebe, mais ela paga.
A única aparente exceção para essa regra está no Imposto de Renda, onde quanto maior é a renda de uma pessoa, maior é a taxa.
Contudo, os impostos indiretos possuem uma taxa fixa, independentemente da situação econômica de um contribuinte.
Uma família que ganha somente dois salários mínimos paga 48% de impostos em média.
Já uma família que ganha 30 salários mínimos, a carga tributária cai para 26%.
Interessante a lógica do sistema tributário brasileiro, não?
A verdade é que quanto mais rico menos imposto se paga.
[Revista Superinteressante]
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Fonte Internet:
Por Eccel